quarta-feira, 21 de março de 2012

Oferendas na Umbanda – Uma Visão Mágica dos Seus Fundamentos


Eu sou umbandista e sou médium de incorporação, caso o leitor não saiba. Pois bem! Eu era um médium dedicado e apli­cado e fazia ao pé da letra o que meus guias espirituais determinavam. Quando determinavam um banho de pétalas de rosas brancas, eu corria para comprar al­gumas e, antes de ir ao centro que eu freqüentava, preparava meu “banho de rosas”.
Se determinavam que eu tomasse um banho de canjica (milho de canjica fervido até a água ficar toda branca e leitosa), eu tomava meu banho de can­ji­ca sem questionar nada.

Se determinavam que eu tomasse banho com folhas ( alecrim, espada-de-são-jorge, guiné, arruda, erva-cidreira, boldo, folhas de louro, manjericão, etc) eu tratava de adquirir aquela(s) reco­men­dada(s) e tomava meu “banho de ervas”.
Se recomendavam que eu fosse à na­tureza e fizesse uma oferenda para um orixá ou um guia espiritual e levasse velas de determinada cor, certas be­bidas, certas frutas, certas flores, etc., eu procurava fazer tudo certo eu não dei­xava faltar nada, às vezes, até exa­gerava. Até aqui nada demais, porque é assim que procedem todos os médiuns umbandistas dedicados e aplicados.
Portanto, não é mérito algum meu pro­ceder assim, pois esse é nosso de­ver: obedecer às orientações dos nos­sos guias, que nos amam e querem o me­lhor para nós, mesmo não sabendo como eles nos ajudam.

O fato é que eu, um curioso incorri­gível, comecei a prestar atenção às ofe­rendas e conversava com outros mé­diuns sobre elas.
E, em nossas ingênuas e bem inten­cionadas conversas sobre as “coisas” que colocávamos em nossas oferen­das, não atinávamos com o poder má­gi­co dos “elementos” mágicos que “en­tregávamos” aos nossos guias espiri­tuais e aos nossos orixás.
Inclusive, as formas de indicá-las obedeciam a uma linguagem própria, pois às vezes diante de um guia para uma consulta, ele dizia:

- Filho, você precisa dar uma ofe­renda para orixá tal ou para o guia tal porque precisa forta­lecê-lo.
Outra vez outro guia espiri­tual re­co­mendava isto:

- Filho, você precisa firmar uma vela de sete dias para o seu orixá; seu ca­boclo; seu an­jo da guarda; etc., porque ele está fraco e só assim ele poderá ajudá-lo.

Outra vez outro guia espiritual dizia isto:

- Filho, esta pessoa está com uma demanda, e para cortá-la, você precisa dar uma oferenda para um orixá, um guia da direita ou um guia da esquerda para ele cortá-lo e descarregá-lo.

Outra vez um guia espiritual dizia isto:

- Filho, esta pessoa está com uma demanda muito forte e só levando-a no ponto de força do orixá tal e fazendo uma oferenda para ele é possível ajudá-la, porque não podemos mexer nesse trabalho aqui no terreiro.

Pois bem, nós médiuns, obedecía­mos e tudo ficava bem. Mas, em nossa ignorância e ingenuidade (no bom sentido, é claro) ficava a impressão de que só seriamos ajudados se “désse­mos” algo em troca.
E, para complicar ainda mais o nos­so aprendizado, a comunicação dos Exus e Pombagiras colocava uma pá de cal sobre o assunto, pois diziam em alto e bom som:

- De graça, Exu não faz nada!

Aí dava um nó cego em nossa religio­sidade porque, em nossa ignorância e ingenuidade, eles deixavam claro que só trabalhariam em nosso beneficio se fos­sem “pagos”.
Para piorar as coisas, ainda tinha algum Exu que dizia isto:

- Quero uma oferenda assim e assim para ajudá-lo a conseguir isso (um em­prego, saúde, um relacionamento, etc.) e, depois que conseguir, aí você me dará outra oferenda de agradecimento assim e assim, certo? E se não der, aí você per­derá tudo o que eu lhe dei, ouviu?

Esse era o alerta extremo e fez com que muitos “pagassem” rigorosamente o que “deviam”.
Isso era assim, isso é até hoje e sem­pre será assim, não porque as entidades espirituais precisam ser pagas de fato, e sim porque as oferendas (ou despa­chos ou ebós) fornecem-lhes os recursos energéticos que precisam porá poderem auxiliar-nos. Apenas a forma como pe­dem esses recursos deixava (e ainda dei­xa) uma indagação no ar:

- Por que preciso pagar ou dar algo em troca para ser ajudado?

Na verdade, essa é a grande verda­de jamais revelada, mesmo sendo “guias espirituais” eles precisam (em certos ca­sos) de que lhes forneçamos os “recursos elementais” para, manipulando-os magis­ticamente, ajudarem-nos.
Até certo ponto, eles nos auxiliam com o que possuem em si como seus “po­deres pessoais”. Mas, dali em diante, ou recebem numa oferenda ritual mágico-religiosa os elementos que precisam ou não têm como trabalhar em nosso be­nefício, porque só ativando os ele­men­tos magisticamente conseguirão fazer por nós o que só a “magia elemental” con­segue fazer.
Talvez, se tudo tivesse sido colo­cado de outra forma, tudo teria sido mui­to mais fácil para as pessoas que precisavam de auxilio e teriam entendido que na verdade não estavam pagando na­da, e sim fornecendo só os recursos ele­mentais (ou energia dos elementos) para que as entidades pudessem tra­balhar seus problemas, pois na criação tudo é energia nos mais variados graus vibratórios e “sem energia não se produz nada”.

Os elementos colocados dentro de um espaço mágico (ou em uma oferen­da ritual mágico-religiosa em um ponto de forças na natureza) são as fontes na­turais geradoras das energias mais “densas” que existem. Elas, quando ativadas corretamente, realizam coisas que nenhuma outra energia consegue rea­lizar.
Hoje, olhando com outros olhos o meu passado e o que acontece por aí afo­ra com as “oferendas”, sinto uma imensa tristeza por não ter tido um guia espiritual ou ao menos uma só pessoa que nos explicasse essas coisas e foi pre­ciso que um espírito mensageiro cujo nome simbólico é “Pai Benedito de Aruanda” começasse a nos ensinar por meio dos livros psicografados por mim, fornecendo-nos gradualmente a res­posta para muitas das nossas práticas “mágico-religiosas” umbandistas.
E foi preciso a vinda de um espírito mensageiro chamado “Mestre Seiman Hamiser Yê” para nos abrir parcialmente os fundamentos divinos da magia, permitindo-nos uma compreensão do que já fazíamos, mas não conhecíamos seus fundamentos ocultos.

Dali em diante, tudo assumiu seu real significado.

Dar forças a um guia, não era po­rque ele estava fraco, e sim era forne­cer-lhe os recursos elementais magís­ti­cos para que ele pudesse trabalhar em nosso beneficio.
Dar determinadas frutas, bebida, velas, etc., em uma oferenda, não é porque o guia ou o orixá precise “comer e beber”, e sim porque são recursos ele­mentais mágicos com os quais nos ajudam na solução dos nossos pro­ble­mas.
Texto extraído do livro “A Magia Divina das Sete Ervas Sagradas” Rubens Saraceni

  

Léa Cristina Ximenes
Facilitadora Universalista
E-mail: ximene s.andrade@gmail.com
Skype: lea,seraphisbey



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